Fizemos esse compilado para você visualizar todo o potencial dessa solução baseada na natureza e tirar todas as dúvidas sobre os critérios de engenharia que embasam essa tecnologia.
Os wetlands construídos vêm despertando muita atenção ao longo dos últimos anos devido à sua gama de aplicações como sistemas naturais de tratamento de águas, efluentes e lodos. Por serem sistemas baseados na natureza, que utilizam plantas e possibilitam a integração paisagística e harmônica com o meio ambiente, muitas vezes são vistos como uma "tecnologia alternativa" ou uma tecnologia sem critérios e padrões a serem seguidos. Mas isto é um grande equívoco!
Na verdade, por trás desses sistemas esteticamente atraentes, existe um imenso arcabouço de ciência e engenharia que ainda é pouco conhecido e reconhecido no Brasil. A vasta literatura sobre o tema consolida as bases e fundamentos técnicos que fazem com que os wetlands construídos sejam amplamente empregados no mundo todo e validados como uma solução de engenharia inovadora, sustentável e, acima de tudo, confiável!
(Clique aqui para conhecer os maiores cases de wetlands ao redor do mundo!)
Neste artigo nossa equipe reuniu 13 referências de literatura sobre essa fantástica tecnologia. Você vai conhecer as fontes das principais diretrizes para aplicação dessa solução baseada na natureza em suas diversas funções. Engenharia e natureza caminhando lado a lado.
Vamos lá?!
LIVRO 1: Treatment Wetlands 2nd Edition
Esta obra, também conhecida por "Kadlec and Wallace (2009)", pode ser considerada a bíblia dos wetlands! É o mais extenso livro e referência mundial para os wetlands construídos! São 1.000 páginas que tratam de todos as tipologias de wetlands, desde os processos iniciais de planejamento e instalação, até a manutenção, dessa forma, aliando teoria e prática. Temas como modelagem e qualidade da água também são abordados neste livro, fazendo com que o mesmo seja extremamente completo.
Além disso, traz muitos gráficos e ilustrações, o que contribui de maneira extensiva para a compreensão da tecnologia e do processo de tratamento!
É dividido em duas partes. A primeira, apresenta uma perspectiva técnico-científica dos wetlands - como a distinção dos vários modelos existentes e explicações sobre os mecanismos de remoção dos diversos elementos alvo de tratamento (DBO, DQO, Sólidos Suspensos, Nitrogênio, Fósforo, Metais e outros). Os autores abordam de forma minuciosa cada tópico, o que colabora com a riqueza de informações contidas neste livro.
A segunda parte trata da implementação de diversas tipologias de wetlands, exibindo detalhes aprofundados de cada variante. Nessa seção você conhecerá um pouco sobre o histórico e evolução da tecnologia, além de aspectos como dimensionamento, custos, qualidade final da água, benefícios ecológicos, e muito mais!
Certamente, esta é uma leitura imprescindível para quem quer entender mais sobre conceitos e aplicações dos wetlands construídos. Você pode adquirir o livro em sites de compras online.
LIVRO 2: Treatment Wetlands (Biological wastewater treatment series Vol. 7)
Para quem quer entender como os wetlands construídos funcionam, essa leitura é essencial! Esse livro compõe a série “Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias” do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - DESA da UFMG e foi publicado em outubro de 2017 pela IWA (International Water Association). Conta com 155 páginas e aborda os princípios fundamentais dos wetlands, exemplos de dimensionamento, as diferentes tipologias - vertical, horizontal e intensificados - aplicações e processos, avaliação econômica e ambiental, bem como outras funcionalidades desses sistemas. Os autores são: Gabriela Dotro, Günter Langergraber, Pascal Molle, Jaime Nivala, Jaume Puigagut, Otto Stein e Marcos von Sperling. O documento está disponível para download online em: https://iwaponline.com/ebooks/book/330/Treatment-Wetlands.
Três capítulos muito importantes para o tratamento de esgotos municipais e tratamento de efluentes industriais são o capt. 5, 6 e o capt. 8.
No capítulo 5 os autores abordam o arranjo de wetlands verticais de 2 estágios - estilo francês, levantando questões acerca das aplicações, considerações hidráulicas, critérios e exemplos de projeto, operação e manutenção do sistema, bem como um estudo de caso.
De maneira geral, o funcionamento dessa ETE Wetlands é simples: são 2 estágios de fluxo vertical. O primeiro estágio conta com 3 unidades em paralelo que recebem esgoto bruto em bateladas de forma alternada (a cada 3,5 dias), ou seja, enquanto uma unidade é alimentada com o efluente, as outras duas descansam. O segundo estágio possui 2 unidades e é alimentado da mesma maneira, ou seja, de forma alternada. Cabe destacar que esse arranjo permite, em alguns casos, eliminar o uso de desarenadores no tratamento preliminar, sendo necessário apenas gradeamento para remover os sólidos grosseiros!
Ao decorrer do capítulo fica visível a simplicidade de operação e manutenção destes sistemas. Em termos de demanda de mão de obra, por exemplo, é necessário que o operador visite o local apenas 2 vezes na semana para realizar as devidas atividades de operação (manobra de registros, limpeza do gradeamento) e verificação.
Esse arranjo é de especial interesse para companhias de saneamento que almejam o tratamento dos efluentes sanitários municipais, sem que haja um tratamento preliminar de maior complexidade ou rotinas operacionais intensivas.
No capítulo 6 - item 6.6 - é tratada de forma concisa a temática dos wetlands aerados. Esse sistema apresenta taxas altíssimas de remoção de matéria orgânica e poluentes, e podem funcionar tanto na forma de fluxo horizontal quanto vertical saturado. Além de águas residuárias domésticas, é possível também tratar águas de mineração, lixiviado de aterro, efluentes oleosos, além de diversas outras possibilidades.
Tendo em vista que a gestão do lodo gerado nas ETE convencionais é um dos maiores desafios a serem enfrentados pelos geradores, os autores apresentam no capt. 8 os wetlands para tratamento de lodo. O requisito de área de implantação desse sistema é bem menor quando comparado com os wetlands para tratamento de esgoto, sendo da ordem de 0,1 m² por habitante. É uma alternativa super interessante para tratamento de lodo de ETE municipais ou industriais existentes (reatores anaeróbios, lodos ativados, etc). Com os wetlands para tratamento de lodo (UGL Wetlands), o lodo deixa de ser enviado para aterro e a remoção do material ocorre apenas a cada 10 anos, quando então pode ser encaminhado para aplicação em solo (atividades agrícolas, recuperação de áreas degradadas, etc). Clique aqui para conhecer mais sobre as UGL Wetlands!
LIVRO 3: Wetland Technology: Practical Information on the Design and Application of Treatment Wetlands
Este Relatório Científico e Técnico, também publicado pela IWA em Janeiro de 2020, possui 268 páginas e tem por finalidade apresentar informações acerca das aplicações mais recentes de projetos de wetlands. Ele também inclui dados de estudos de casos coletados ao longo de mais de 20 anos que envolveram estudantes e profissionais. Foi desenvolvido por mais de 50 especialistas da área e editado por Günter Langergraber, Gabriela Dotro, Jaime Nivala, Anacleto Rizzo and Otto R. Stein.
O arranjo wetlands verticais é amplamente discutido nesse livro. É apresentada uma visão geral explicitando o funcionamento da tecnologia para tratamento de esgotos brutos, incluindo considerações acerca da parte hidráulica do sistema e do projeto e questões acerca do período de startup de operação. Os autores também abordam fatores que afetam o desempenho do tratamento e testes que foram utilizados para determinação do melhor material filtrante.
Já o arranjo wetlands aerado é citado nesse livro de maneira sucinta, apresentando mecanismos de funcionamento e pontos de atenção que devem ser observados ao longo do percurso do tratamento.
Vale a pena comentar que a aplicação dos wetlands para lodos de esgoto é referido neste livro tanto no capítulo 4 quanto no capítulo 5. O capítulo 4 aborda as considerações durante o projeto e construção dos wetlands para tratamento de lodos, enquanto o capt. 5 discorre mais sobre os aspectos operacionais e fatores que podem influenciar no tratamento.
Você pode baixar este livro em: https://iwaponline.com/ebooks/book/780/Wetland-Technology-Practical-Information-on-the.
LIVRO 4: Vertical Flow Constructed Wetlands | Eco-engineering Systems for Wastewater and Sludge Treatment
Alexandros Stefanakis, Christos S. Akratos e Vassilios A. Tsihrintzis escreveram essa obra de 378 páginas, publicada no ano de 2014. Esse livro detalha cada parte dos wetlands verticais! A priori, os autores tratam da diferença entre wetlands naturais (sistema inundado naturalmente que transita entre áreas terrestres e aquáticas) e wetlands construídos (sistema projetado).
Apesar de o foco principal deste livro ser os wetlands de fluxo vertical, uma visão geral das tipologias de wetlands existentes é explorada no capítulo 3. Ainda, são abordados os processos de tratamento que ocorrem nos wetlands verticais e os aspectos dos wetlands para tratamento de lodo. Já o capítulo 5 é muito importante para compreender como funciona a metodologia de remoção de poluentes por meio dos wetlands verticais.
Com este livro é possível compreender as aplicações e o desempenho dos wetlands construídos de fluxo vertical, além da viabilidade econômica dos mesmos. É possível ainda vislumbrar a aplicabilidade do sistema ao redor do mundo!
Ao decorrer do livro você perceberá a elevada eficiência dos wetlands verticais e como este sistema alcançou maior adesão ao longo dos anos.
LIVRO 5: Wastewater Treatment in Constructed Wetlands with Horizontal Sub-Surface Flow
Esse livro, escrito por Jan Vymazal e Lenka Kröpfelová, objetivou realizar um apanhado dos conhecimentos da tecnologia wetlands construídos de fluxo horizontal subsuperficial (nível da água abaixo do meio suporte) ao longo das suas 566 páginas!
O exemplar é do ano de 2008 e traz primeiramente uma visão geral dos wetlands para posteriormente aprofundar na determinada tipologia de tratamento, trazendo exemplos de aplicação em dezenas de países.
No quinto capítulo deste livro você pode conferir um pouco do histórico da técnica e os principais parâmetros de projeto, desde o tratamento preliminar até o material filtrante e a vegetação! Atenção, é importante ressaltar que os wetlands horizontais não devem ser usados para tratamento de esgoto bruto!
Neste capítulo, destaque especial é dado às macrófitas e a sua relevância nesse tipo de sistema. Quando falamos de aspectos físicos, por exemplo, elas desenvolvem papel importante no controle de erosão, fornecimento de área para o crescimento de microrganismos e isolamento da superfície do leito durante o inverno (especialmente nos países de clima temperado).
O capítulo também traz um compilado de informações retiradas na literatura acerca das eficiências desses sistemas de tratamento. As informações são fruto de um levantamento de dados de sistemas experimentais externos e também em escala real com resultados a longo prazo.
A utilização dos wetlands de fluxo horizontal subsuperficial vai além do tratamento de esgoto doméstico e o capítulo 6 apresenta exatamente essa gama de possibilidades de aplicações! Cabe citar, por exemplo, a aplicabilidade para tratamento de efluentes de laticínios, mineração, indústria química e petroquímica.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre essa tipologia de wetlands construídos, este livro é fundamental! Você pode adquiri-lo em livrarias digitais ou físicas.
LIVRO 6: Constructed Wetlands for Industrial Wastewater Treatment
Esse documento é de extrema pertinência para o setor industrial. É dividido em 8 partes nas quais são abordadas diferentes tipologias de efluentes; o índice inclui desde efluentes de indústria alimentícia à drenagem de mina e tratamento de lixiviado.
É editado por Alexandros Stefanakis e cada capítulo é escrito por um conjunto de autores, incluindo o próprio editor. É um livro recente, publicado no ano de 2018 e dispõe de 578 páginas!
Três capítulos que merecem destaque e são de grande relevância para o saneamento no Brasil são os capítulos: 11, 12 e 19.
Os dois primeiros estão integrados na parte 4 do documento, referente à drenagem de mina e tratamento de lixiviado. O capítulo 11 é inteiramente dedicado aos wetlands construídos para tratamento de águas residuais carregadas de metais. Neste item, são descritos os inúmeros mecanismos de remoção de metais pelos wetlands construídos, além de elucidar o papel da vegetação nestes sistemas.
No capítulo 12 você pode conferir uma revisão do uso de wetlands construídos para o tratamento de drenagem ácida de mina - DAM. A DAM é um processo que ocorre de forma natural, intensificado pelas atividades minerárias, e tem potencial de gerar impactos ambientais negativos. Pode ocorrer quando rochas que possuem minerais sulfetados são retiradas do interior da terra por meio das atividades de mineração e que oxidam quando em contato com água. Esse processo pode ocorrer tanto em minas ativas quanto em minas desativadas.
A drenagem ácida de minas pode ser considerada uma das perigosas formas de poluição das águas. Alguns potenciais impactos são: bioacumulaçao de metais pesados, redução da biodiversidade, aumento da turbidez, diminuição do pH, contaminação do sistema público de abastecimento de água, além de inúmeros outros impactos nas esferas, física, biológica, química, biológica e social.
Nesse contexto, o livro destaca a utilização dos wetlands construídos como uma das formas mais eficazes de remediação da DAM, apresentando os mecanismos de remoção e o histórico dessa técnica ao longo dos anos.
O capítulo 19 está incluso na parte 7 que trata a respeito de novas aplicações industriais com enfoque no tratamento do lodo em wetlands. Este capítulo aborda essa técnica de forma mais prática, trazendo 3 estudos de caso em escala real, além da fundamentação teórica do sistema.
O lodo de esgoto contém matéria orgânica e nutrientes, por isso, possui enorme potencial para ser utilizado em solos agrícolas. Antes de ser utilizado beneficamente, o lodo deve passar por um tratamento e os wetlands para tratamento de lodo (UGL Wetlands) são muito indicados para essa finalidade - desidratação, higienização e estabilização do lodo (saiba mais sobre o potencial agronômico dos lodos tratados em uma UGL Wetlands).
Para conhecer um pouco mais dessa excelente fonte de dados, você pode adquiri-lo de maneira online em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/book/10.1002/9781119268376
LIVRO 7: Nature-Based Solutions for Wastewater Treatment A SERIES OF FACTSHEETS AND CASE STUDIES
Escrito por uma série de autores, este e-book foi publicado em 2021 pela IWA, conta com 336 páginas e traz assuntos acerca das aplicações e história das soluções baseadas na natureza - SBN, bem como as SBN para o tratamento de esgoto. Os autores apresentam as concepções clássicas de diversos sistemas de tratamento de esgoto e de maneira mais aprofundada, os sistemas wetlands construídos.
Este livro é bastante dinâmico e completo. São diversos capítulos acerca dos muitos tipos de wetlands (cabe ressaltar que um dos capítulos é inteiramente dedicado aos wetlands para tratamento de lodo), onde são apresentados a descrição de cada tecnologia, vantagens e desvantagens, benefícios, literatura, sumário técnico, casos de aplicação e diversos outros aspectos.
Apresentamos a vocês uma síntese de quatro casos de aplicação contidos neste ebook:
1 - Wetlands para tratamento de esgoto bruto:
Arranjo: Sistema Francês não saturado/saturado
Localização: Le Diamant, Martinique Island, França
Aplicação: Tratamento de esgoto doméstico
Área: 836 m²
Esse é o caso de aplicação do sistema francês em Taupinière (cidade de Diamant, Martinique), o sistema conta apenas com o primeiro estágio e dois leitos em paralelo, atingindo menos de 1 m² por equivalente populacional e foi implantado em 2018. O tratamento demonstrou níveis altos nos padrões da qualidade de água
A ETE foi construída para fins de pesquisa e estudos sobre engenharia ecológica e soluções baseadas na natureza. O tratamento demonstrou níveis altos nos padrões da qualidade de água.
2 - Wetlands intensificado:
Arranjo: Wetlands aerado
Localização: Tarcenay, Doubs, França
Aplicação: Tratamento de esgoto doméstico
Área: 1.400 m²
Nesse cenário, o município já possuía uma Estação de tratamento de esgoto antiga que precisava ser ampliada, para tanto, foi implementado um sistema de wetlands aerado (um filtro insaturado vertical que recebe águas residuais brutas, seguido por um filtro saturado horizontal com aeração forçada) acompanhado de um filtro de remoção de fósforo.
Esse projeto foi desenhado para atender 1.400 habitantes e foi monitorado ao longo de dois anos. Durante esse tempo, o sistema manteve um elevado desempenho no tratamento do efluente e o filtro para remoção de fósforo contribuiu para atingir com os requisitos de saída exigidos! Além disso, se mostrou interessante para a reutilização em irrigação.
3 - Tratamento de lodo com wetlands:
Arranjo: Wetlands para tratamento de lodo
Localização: Mojkovac, Montenegro
Aplicação: Tratamento de lodo para produzir solo para compostagem
Área: 900 m²
Mojkovac (cidade localizada no norte de Montenegro), está bem próxima à margem do Rio Tara e cercada pelo Parque Nacional de Biogradska Gora, esse que foi tombado pela UNESCO como patrimônio nacional. Por isso, o município pretendia realizar a gestão mais sustentável do lodo gerado na ETE, uma vez que estavam ocorrendo problemas na gestão e armazenamento do mesmo, podendo ocorrer vazamento para o rio e potencial contaminação. Outro fator considerado para a implementação dos wetlands para tratamento do lodo, foram os recursos financeiros limitados, uma vez que os wetlands para lodo apresentam vantagens econômicas se comparado com outras alternativas tecnológicas.
Esse projeto contou com dois leitos que permitiam a desidratação, mineralização e estabilização de lodo, recebendo tanto o lodo gerado em atividades industriais quanto domésticas.
Como resultado, o volume do lodo foi bastante reduzido (maior teor final de sólidos secos) e foi gerado um material final semelhante a um composto orgânico, que pode ser reutilizado, por exemplo, como fertilizante na agricultura ou como camada de cobertura para aterros sanitários.
4 - Wetlands Vertical para polimento de efluentes:
Arranjo: Wetlands de fluxo vertical
Localização: Bacia hidrográfica do rio Pingshan em Shenzhen, província chinesa de Guangdong
Aplicação: Reduzir a concentração de poluentes
Área total: 505.100 m² (soma dos oitos wetlands)
No passado, a bacia do rio Pingshan era rodeada por indústrias que despejavam águas residuais no rio, o que o tornou poluído. Quando as atividades industriais na bacia foram encerradas, oito wetlands para tratamento de efluentes domésticos foram construídos a fim de restaurar e reabilitar a função ecológica da bacia.
Esses wetlands foram projetados como uma etapa de polimento, cujo objetivo foi de atender à legislação e fazer do efluente tratado uma fonte adicional de água no rio Pingshan, com foco em melhorar a qualidade da água. Ou seja, quando o efluente é tratado, ele retorna ao rio a fim de auxiliar na redução de poluentes do mesmo.
São muitos aspectos abordados nos diversos exemplos de aplicação englobados no ebook, para saber mais, acesse-o em: https://iwaponline.com/ebooks/book/834/Nature-Based-Solutions-for-Wastewater-TreatmentA.
LIVRO 8: Wetlands Construídos como ecotecnologia para o tratamento de águas residuárias: experiências brasileiras
Com uma contribuição de 20 pesquisadores que atuam no grupo Wetlands Brasil, este ebook foi organizado por Pablo Heleno Sezarino e Catiane Pelissari. Foi publicado em 2021 e possui 174 páginas.
O ebook discorre acerca, principalmente, dos mecanismos biológicos que ocorrem nestes sistemas, como por exemplo, a atuação das plantas no desempenho dos wetlands. Além disso, levanta a questão da dificuldade do tratamento de águas residuárias em regiões remotas do país e as vantagens da implementação dos wetlands nessas localidades.
No capítulo 5, o Professor Marcos von Sperling juntamente com a doutora em saneamento Camila Trein e a mestre em saneamento Mirene Augusta de Andrade Moraes, fazem uma análise do sistema de wetlands de escoamento vertical para tratamento de esgoto bruto, conhecido como “Sistema Francês”, tendo como pressuposto o ajuste para concepções mais simples visando a implementação em locais de clima tropical, como é o caso do nosso país.
Originalmente os wetlands designados de Sistema Francês demandam uma área de 2 m² por habitante - fator que pode ser menos atrativo quando pensamos em comunidades maiores (mais de 10.000 habitantes), no entanto a atuação dessa tecnologia vem sendo avaliada para atingir requisitos ainda menores de área.
Esse sistema apresenta grandes vantagens de aplicabilidade no Brasil, uma vez que, por ser um país de clima tropical (temperaturas mais altas permitirem uma atividade biológica mais rápida), é possível a adoção de períodos de repouso menores ou períodos de alimentação maiores, o que corrobora para a menor utilização de área.
Neste livro você ainda encontrará um estudo realizado por Garcia Zumalacarregui e Marcos von Sperling em Belo Horizonte, região Sudeste do país, em que foi considerado o funcionamento desta técnica apenas com o primeiro estágio e com duas unidades em paralelo, consequentemente a área pôde ser reduzida a 0,8 ou até mesmo 0,6 m²/hab. Dessa forma, essa configuração mostrou-se apta para atender os padrões de remoção de Sólidos Suspensos Totais - SST, DQO, DBO e Nitrogênio Total Kjeldahl - NKT, exigidos pela legislação brasileira!
Clique aqui para acessar e fazer o download gratuito do documento.
LIVRO 9: Boletim especial Wetlands Brasil: DIMENSIONAMENTO DE WETLANDS CONSTRUÍDOS NO BRASIL: DOCUMENTO DE CONSENSO ENTRE PESQUISADORES E PRATICANTES
Para quem sente falta de um guia de orientação sobre o dimensionamento e aplicação dos wetlands construídos no Brasil, esse é o documento!
Apesar de não ter o peso de uma norma, esse documento auxilia os analistas de órgãos ambientais e outras instâncias licenciadoras a verificarem se um projeto de wetlands construído está seguindo as recomendações clássicas.
Também é um documento que pode ser usado para orientar pessoas interessadas em desenvolver bons projetos na área de wetlands construídos.
Este boletim foi elaborado pelos professores Marcos von Sperling (UFMG) e Pablo H. Sezerino (UFSC) em dezembro de 2018 e discorre sobre a configuração dos sistemas wetlands e dos critérios e parâmetros de projeto para as tipologias: horizontal subsuperficial, vertical e vertical do sistema francês. Dispõe de 65 páginas e apesar de ser sucinto, é um boletim extremamente rico e completo de informações e um importante direcionamento.
Está disponível gratuitamente e você pode baixa-lo clicando aqui.
LIVRO 10: Wetlands Construídos aplicados no tratamento de esgoto sanitário: Recomendações para implantação e boas práticas de manutenção
Elaborado pelo Grupo de Estudos em Saneamento Descentralizado - Gesad da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), composto por Pablo Heleno Sezerino, Benny Zuse Rousso, Catiane Pelissari, Mayara Oliveira dos Santos Monique Nunes Freitas, Victor Ybarzo Fechine e Ana Maria Beims Lopes, esta obra foi escrita com base em um estudo realizado entre 2013 e 2017 e publicada em 2018.
Aborda fundamentos básicos sobre a ecotecnologia dos wetlands construídos, suas aplicações, modalidades de tratamento, aspectos de projeto, de implantação e de operação, além de desempenho no tratamento de esgoto sanitário.
Está disponível em: https://gesad.ufsc.br/files/2019/01/Sezerino-et-al.-2018.pdf. É um guia muito didático que traz diversas figuras e imagens, o que aproxima o leitor ao entendimento mais facilitado da técnica.
LIVRO 11: Disposição de Águas Residuárias no Solo e em Sistemas Alagados Construídos
O livro nacional “Disposição de Águas Residuárias no Solo e em Sistemas Alagados Construídos” escrito por Antonio Teixeira de Matos e Mateus Pimentel de Matos em 2017, tem como público alvo profissionais que visem a boa gestão das águas residuárias, evitando riscos de contaminação do solo, águas superficiais e subterrâneas, bem como das plantas e animais!
Neste exemplar você poderá conhecer um pouco das características das águas residuárias, além dos potenciais causadores de impactos ambientais nas diversas esferas supracitadas. A partir disso, você compreenderá os efeitos destes no meio e como os wetlands podem contribuir para contornar essa situação. São 350 páginas de puro conhecimento!
Ficou interessado? Clique aqui para adquiri-lo.
LIVRO 12: Aplicação de Sistemas tipo Wetlands no tratamento de águas residuárias - Utilização de Filtros Plantados com Macrófitas
Escrito por Pablo Heleno Sezerino e Luiz Sérgio Philippi, o livro “Aplicação de Sistemas tipo Wetlands no tratamento de águas residuárias - Utilização de Filtros Plantados com Macrófitas” conta também com a participação de alguns acadêmicos, o qual foi editado pelos próprios autores e publicado em 2004.
Ao decorrer das 127 páginas você percorrerá diversos componentes dessa tecnologia, com enfoque principal no desenvolvimento das macrófitas nos variáveis sistemas wetlands existentes.
São também abordados assuntos relacionados aos princípios de dimensionamento e aplicabilidade do efluente tratado, com dois estudos de caso. O primeiro fala sobre a aplicação em pequenas coletividades e/ou sistemas unifamiliares enquanto que o segundo aborda a utilização dos wetlands como polimento de lagoas de estabilização de dejetos suínos. Este livro é muito interessante para quem ainda tem dúvidas acerca da função das plantas!
Atualmente, o livro encontra-se esgotado!
LIVRO 13: Circular Economy and Sustainability
Recentemente foi lançado esse livro que contém um capítulo escrito pelo André, o nosso Gestor Executivo aqui da Wetlands! Neste capítulo (capítulo 9), o leitor é convidado a conhecer e refletir sobre a aplicabilidade das Unidades de Gerenciamento de Lodo (UGL) por wetlands construídos no Brasil e sua contribuição na transição para uma economia circular e sustentável.
Para introduzir o assunto, é apresentada uma visão geral sobre a realidade social, ambiental e cultural do Brasil, incluindo as nossas condições climáticas, a demografia e o cenário atual de tratamento de esgotos no país. O levantamento dos principais processos utilizados no país indica a seguinte situação:
UASB (com ou sem tratamento posterior) - 1057 unidades
Lagoa de estabilização - 1008 unidades
Lodo ativado - 247 unidades
Tanques sépticos seguidos de filtros anaeróbios - 238 unidades
Analisando os dados apresentados em termos de equivalente populacional, pode-se dizer que o Brasil é um dos países que mais adota processos anaeróbios de tratamento de esgoto, com destaque para os reatores UASB! Este cenário corrobora de forma extensiva para elevada emissão de gases de efeito estufa. Em um dos nossos artigos te mostramos como os wetlands construídos podem contribuir para a inversão deste cenário e reduzir em até 80 vezes a emissão de GEE, leia aqui.
Posteriormente, na seção 3 do mesmo capítulo, o tratamento de lodo por UGL Wetlands é introduzido! Importante mencionar que as UGL Wetlands são ideais para populações de até 200 mil habitantes - lembrando que 89% dos municípios brasileiros possuem população de até 50 mil habitantes!!
Nessa mesma seção, são também abordados dois estudos de caso, veja abaixo:
1 - Demonstração da utilização das UGL Wetlands na ETE Marzagão
Esse estudo teve como objetivo principal demonstrar o uso das UGL Wetlands em escala de campo como uma alternativa para tratamento do lodo dos reatores UASB da ETE Marzagão - cidade de Itabirito (Minas Gerais).
Ao final de um ano de ciclo operacional, o composto final obtido foi analisado de acordo com parâmetros exigidos pela legislação para uso em solos, e foi possível constatar que o material atende eficientemente à regulação e pode ser utilizado como condicionador de solos! Confira neste artigo mais detalhes sobre este estudo.
2 - Modelagem econômica: UGL e disposição na agricultura X Desidratação mecânica e disposição em aterros sanitários
Por meio de modelagem econômica, dois cenários de gestão de lodos foram comparados: UGL + disposição na agricultura e Desidratação mecânica + disposição em aterros sanitários.
Para tanto, foram colocadas em comparação com as UGL Wetlands três tecnologias que são largamente utilizadas no Brasil: screw press (prensa parafuso), centrífuga e bags de desaguamento, considerado sua utilização para gerenciamento de lodo de reator UASB seguido de filtro biológico percolador. O resultado aponta para o excelente custo-benefício das UGL Wetlands! O fator que mais influenciou a vantagem econômica das UGL Wetlands foi a eliminação dos gastos com a logística e com destinação em aterro, que representam custos significativos das demais alternativas! Você sabia que apenas esses dois componentes de custo podem representar até 60% dos gastos com operação em uma ETE?
Pois é... com as UGL Wetlands esses custos podem ser evitados! Saiba mais sobre a simplificação das rotinas e redução dos custos na gestão de lodos neste post.
Por fim, ao final do capítulo, é apresentada uma análise das estimativas de requisitos de área X disponibilidade de área para implementação de UGL Wetlands nos municípios brasileiros. Mais uma vez, foi possível observar que o Brasil possui uma realidade demográfica extremamente favorável para a aplicação das UGL Wetlands. E tudo isso com redução de custo com gestão de lodo de até R$0,20 por m³ tratado e requisito de área de até 0,1 m² por equivalente populacional!
Para conhecer com mais detalhes essa pesquisa você pode adquirir o livro em: https://www.elsevier.com/books/circular-economy-and-sustainability/stefanakis/978-0-12-821664-4
BÔNUS: Panorama do Saneamento Básico no Brasil 2021
Este "bônus" é pra você que quer conhecer ou se atualizar a respeito da situação do saneamento básico no Brasil de forma mais ampla! Elaborado pela Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, este guia que conta com 222 páginas é voltado principalmente para os quatro componentes do saneamento básico e retrata um quadro geral da prestação dos serviços no país, exibindo a situação do saneamento básico em escala nacional, tendo como referência o ano de 2020.
O panorama expõe os baixos índices de atendimento com rede de coleta de esgoto e de tratamento do volume gerado, e por conseguinte, apresenta um fluxograma que pode auxiliar na determinação da alternativa tecnológica utilizada para o tratamento de efluentes. Para essa situação, os wetlands construídos são opções tecnológicas viáveis que podem contribuir para a melhoria desse cenário!
Este guia é de extrema importância para a compreensão da realidade brasileira quando se trata de saneamento, uma vez que expõe o atual cenário trazendo dados atualizados acerca de todos os quatro componentes, mantenha-se informado clicando aqui.
Ah, e se você ainda quer saber mais sobre este assunto tão encantador, clique nesse link e veja quantos são os resultados de busca no google acadêmico pela palavra chave "constructed wetlands".
E se quiser conversar mais sobre os wetlands para entender como essa tecnologia pode contribuir na sua área de atuação, conte conosco! Vamos juntos difundir o conhecimento e a aplicação dessa tecnologia no Brasil.
Equipe Wetlands Construídos.